Um, dois, três, cinco.
3.1.08
breviário pessoal quanto à redundância de informações
Ford Prefect, do Guia do Mochileiro das Galáxias, crê que os humanos não ficam calados (ou não conseguem ficar) porque se o fizerem, seus lábios ficarão colados. e eu estou de acordo com meu amigo extraterrestre. não só estou de acordo, como sinto fortes incômodos quanto a essa prática. é uma crítica hipócrita, porque também falo demais, porém, tem gente que exagera.

"-gabriel, olha, aqui tá o suco."
eu sei, porra, tô vendo

"-olha, aqui na mesa tem salada, se quiser pode pegar, viu?"
sim, malditos, se tá na mesa do almoço é por que deve ser servido, não é mesmo, minha gente?


eu mesmo falo demais, e repito. mas, o que me incomoda não é redundância, nem verborragia. é essa péssima mania de evidenciar o que é óbvio, como se o interlocutor fosse retardado. sim, é uma coisinha pequena que me incomoda, dá nojinho. talvez só minhas implicâncias, que atingem até

gostaria MUITO de saber as reais motivações por trás disso, cultura? ou seria o hábito criado pelo feitio comum, o de ter que repetir para ser ouvido?

(publico incompleto)
posted by gabriel @ 00:08   1 comments
2.1.08
...
o que era tão verdade e conhecido por mim, agora é gritante e está estampado na testa de qualquer um: eu não sou daqui. voltei em busca dos vínculos que eu achei que tinha, mas, que obviamente nunca existiram; eu saí desse lugar como se vai embora de uma festa ruim, em busca do conforto da minha própria casa, sem relevar o que ficou para trás. eu me fui, e lembrava daqui, como memórias apáticas que ficaram, lembranças de um cotidiano. as próprias boas lembranças me parecem estar no conjunto dos sonhos, ou das coisas que nunca aconteceram; em suma, elas não pertencem a esse lugar.

eu não me identifico com os nativos daqui, com os costumes, com os valores (isso não significa que concorde com os de minha brasília, mas, me habituei a eles como externos a mim, como figurantes do filme da minha vida). com as manias, com esse céu que não abarca meus sonhos nem cobre minhas paixões.

os vínculos? ah, meras sombras dos mesmos, criados pela mania de possuir origens, que acho que qualquer um tem. eles nunca existiram. se outrora reneguei minhas raízes, agora não mais as nego: me certifico que não sou árvore, nem qualquer outro vegetal, mas um pássaro, que voa e ama, mas não se fixa; um pardal de discreto.
posted by gabriel @ 14:06   0 comments
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Nome: É segredo. Me chame (Sim, eu sei que deveria ser “Chame-me, senhor Microsoft Word 2003) de laserviking. Tá, é Gabriel, mas não espalhe!
Home: Por enquanto, eterno nessa Brasília. About Me: desocupado, estudante de filosofia (bastante empenhado em contemplação e antiprodutividade), com a cabeça cheia de sonhos e o coração cheio de rancor (e talvez um tantinho de amor).
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